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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Potencial da Vitivinicultura na Campanha

Quando Bagé recebeu o primeiro encontro sobre uvas e vinhos, os bajeenses nem conseguiam prever a positiva projeção da Campanha na produção nacional de melhor qualidade.





Seival Estate - Candiota/RS



Mudando a matriz produtiva


A Campanha está mudando sua matriz produtiva, tradicionalmente focada na pecuária e na agricultura. Os vinhedos agora fazem parte da paisagem do Pampa, assim como as instalações de 16 vinícolas, que compõe a Associação de Vinhos da Campanha, presidida por Afrânio Moraes Filho. São elas: Almadén, Associação Quaraiense de Fruticultores, Bela Vista State, Cooperativa Vinoeste, Cooperativa Vitivinícola Aliança, Cordilheira de Sant’Ana, Dunamis Vinhos e Vinhedos, Guatambu Estância do Vinho, Seival Estate, Vinhedo Irmãos Camponogara, Vinhobles Routhier & Darricarrerè, Vinhos Dom Pedrito – Rigo Vinhedos, Vinhos Rio Velho, Vinícola Campos de Cima, Vinícola Peruzzo e Vinícola Serra do Caverá. Essas empresas estão localizadas nos municípios de Bagé, Dom Pedrito, Candiota, Alegrete, Santana do Livramento, Quaraí, Itaqui, Rosário do Sul e Uruguaiana garante a projeção do Sul, que fazem parte da Associação dos Produtores de Vinhos Finos da Campanha Gaúcha.



O enólogo Mário Geisse, que presta consultoria para a Dunamis Vinhos, garante que, neste terroir as plantas têm grande capacidade de adaptação. Esta região fronteiriça do Brasil dispõe de terrenos planos, com pequenas ondulações, e altitudes baixas, entre 100 e 200 metros acima do nível do mar. Conforme Heraclides dos Santos, o clima é temperado, com verões quentes e secos, menos chuvosos que a Serra Gaúcha. A região está no paralelo 31, o mesmo de regiões produtoras como Chile, Argentina, África do Sul e Austrália, que têm vinhos de excelente qualidade. Entre as variedades produzidas estão as tintas: Tannat, Cabernet Sauvignon e Merlot, e as brancas Riesling, Chardonnay, Gewürztraminer e Pinot Griggio. Recentemente, nos municípios de Bagé e Candiota foram aclimatadas as castas portuguesas Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz.



Almadén - Santana do Livramento/RS



O investimento na Campanha começou a 20 anos, na Almadém (hoje pertencente ao grupo Miolo) e a Santa Colina (propriedade da Aliança, de Caxias do Sul). Hoje, elas continuam elaborando seus vinhos por lá e se somam a outras que, juntas, produzem oito milhões de litros de vinhos finos e pretendem chegar a 15 milhões em cinco anos. Atualmente, a região conta com mais de 1,3 mil hectares de vinhedos plantados e 150 produtores.

Miolo inverte as rotas

Em vez de importar, o Brasil faz crescer as exportações de vinho. A Miolo Wine Group tem conquistado espaços de consumo sofisticado na Inglaterra. O grupo acaba de participar da London International Wine Fair 2011 e do International Wine Challenge 2011, que rendeu medalha de bronze ao vinho Alísios, elaborado especialmente para os consumidores ingleses pela Seival Estate, projeto da Miolo Wine Group na Campanha Gaúcha. Atualmente, a Inglaterra é o destino que mais recebe as bebidas da Miolo, como informa o empresário e enólogo Adriano Miolo. A primeira venda ao país europeu ocorreu em 2005.



No primeiro trimestre deste ano, a empresa registrou aumento de 300% no valor total exportado - nos 30 países onde está presente - em comparação ao mesmo período no ano passado, fato que demonstra que as ações desenvolvidas durante os últimos meses e a mudança nas estratégias comerciais na empresa foram corretas. A Miolo também está fortalecendo a sua presença na França, para onde exporta desde 2006.
O espumante, elaborado no Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul, e o tinto Quinta do Seival Castas Portuguesas, produzido na Campanha Gaúcha, são vendidos pela rede há quatro anos. A Miolo é a única representante brasileira na Lavínia, conhecida por vender bebidas selecionadas do mundo inteiro.




Quinta do Seival - Castas Portuguesas







Apaixonados por vinho


Além de algumas grandes empresas da Serra Gaúcha estarem investindo na Campanha, empresários de outros setores, como é o caso do locutor esportivo Galvão Bueno, também enxergam a região como um bom investimento. Tanto é que ele e mais um sócio possuem, no município de Candiota, mais de 45 hectares de vinhedos plantados e tem como meta chegar a 84 hectares nos próximos anos. Os primeiros vinhos foram apresentados em 2010. O projeto chama-se Bela Vista State.




Galvão Bueno





Outro exemplo é o agropecuarista Valter José Pöter que, desde 2003, ao lado da filha, a engenheira agrônoma Gabriela, trabalha no projeto da Guatambú Estância do Vinho depois de fazer de sua propriedade, em Dom Pedrito, referência internacional na produção pecuária, de arroz irrigado e de sementes forrageiras. O primeiro vinho, Rastros do Pampa, foi lançado em 2009. Atualmente o prédio da vinícola está em construção. A previsão, segundo Gabriela, é de que a inauguração aconteça em fevereiro de 2012.


Vinhedos Guatambu - Dom Pedrito/RS




Fonte: JORNAL MINUANO - Minuano Especial (27/06/2011) por Stella Vasconcellos

Matéria completa: Acesse www.jornalminuano.com.br

2 comentários:

  1. Adorei a matéria do blog, o crescimento da Vitivinicultura precisa de pessoas que divulguem o trabalho arduamente realizado pelas vínicolas que na campanha se instalaram, que investem na produção, brigam por impostos mais baixos e mesmo assim, conseguem divulgar os produtos que estão cada vez melhores e mais competitivos no mercado, ganhando espaço cada vez maior na exportação. A idéia do seminário é ótima, uma pena que a organização do evento tomou proporções políticas, é sempre assim os políticos e cargos de confiança querendo aparecer através do trabalho dos outros.

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