Muitos produtores estão adotando rolhas de material sintético, tipo silicone, em lugar da secular cortiça.
A rolha sintética nasce da exigência de prevenir o grave problema do gosto de cortiça que é encontrado principalmente nos vinhos de consumo imediato, e em particular, de preço mais baixo para os quais as empresas usam cortiças de qualidade inferior, no intuito de reduzir custos.
O gosto da cortiça é provocado por uma substância (tricoloanisol) produzidas por mofos presentes sobre a rolha, mas pode ser que, por negligência nas operações de limpeza da adega, essa contaminação ocorra no vinho antes mesmo de ser engarrafado.
Rolhas sintéticas têm características físicas muito semelhantes às da cortiça: elasticidade, resistência à extração, resistência a pressão. As duas rolhas diferem principalmente quanto à permeabilidade do ar. Isso implica uma utilização bem cuidadosa.
As coisa se complicam quando o vinho precisa de um período de afinamento em garrafa ou então no caso de vinho para envelhecimento. Aqui o risco é de se obter, com o tempo, odores peculiares devido à falta de oxigênio, enquanto esse é assegurado pela troca gasosa que se encontra numa boa rolha de cortiça.
Portanto, pode-se dizer que as rolhas sintéticas podem ser usadas em vinhos de ano, a serem consumidos em tempo breve, de 18 a 20 meses no máximo e devem ser evitadas em vinhos de médio ou longo envelhecimento.
Isso vai permitir à indústria da cortiça ter maior disponibilidade de matéria-prima (casca da Corticeira) para a fabricação de rolhas com alto nível qualitativo.
A Corticeira, leva em média 8 amos para ter sua casca regenerada. |
Fonte: Roberto Rabachino - "Vocabulário do Vinho"
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