Conforme levantamento do Instituto Brasileiro do Vinho, ano deve terminar
com estoques de 295 milhões de litros de vinho no Rio Grande do Sul.
O Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) projeta um aumento de 10% na venda
de vinhos e espumantes este ano. A boa nova, contudo, vem acompanhado de um
dado preocupante manifestado pelo presidente do Conselho Deliberativo do
Instituto, Júlio Fante. "O crescimento na venda de vinhos este ano é bom,
porém, ainda não resolve os problemas de estoques de vinhos, que são
elevados há alguns anos", disse Fante, na terça-feira (6).
Conforme levantamento do Ibravin, o estoque de vinhos no início de 2012 deve
somar aproximadamente 295 milhões de litros (sendo 166 milhões de vinhos
comuns; 63 milhões de litros de vinhos finos e 66 de outros vinhos). Fante
explicou que o incremento nos estoques de vinhos ocorre porque a produção da
última safra foi recorde, superior à comercialização. "Temos de ser
realistas e trabalhar com as empresas e o governo federal para resolver este
problema histórico", observou.
Um aspecto positivo revelado pelas estatísticas é o aumento de 33,4% na
comercialização dos vinhos engarrafados em detrimentos dos vendidos a
granel, que tiveram uma queda de 16,25% de janeiro a outubro deste ano.
"Isso mostra que as vinícolas estão se qualificando e vendendo seus produtos
com maior valor agregado", comentou Fante. A venda de vinhos em barris
também caiu (89,5%), assim como os vinhos de garrafão, que encolheram 26%.
Selo fiscal
Além do mercado aquecido, com o ingresso de novos consumidores das classes
mais populares na faixa de consumidores de vinhos e espumantes, o ano está
sendo positivo para o setor vitivinícola brasileiro devido à entrada em
vigor do Selo de Controle Fiscal. Desde o início do ano, a Receita Federal
do Brasil obriga todas as vinícolas, nacionais e estrangeiras, a colocarem
um selo nas garrafas comprovando a regularidade fiscal e legal (como
pagamento de impostos, registros no Ministério da Agricultura, entre
outros).
O resultado é que as importações de vinhos, que cresceram assustadoramente
em 2010, ao redor de 27%, estão estáveis este ano. De janeiro a outubro, o
acréscimo nas importações de vinhos é de 2,7%, com a entrada de 60 milhões
de litros de vinhos estrangeiros no País. A partir de janeiro de 2012, todos
os estabelecimentos comerciais deverão vender exclusivamente vinhos com o
Selo de Controle Fiscal nas garrafas (na cor verde para os rótulos
brasileiros e na vermelha para os estrangeiros).
Vinhos e espumantes
A maioria dos espumantes brasileiros - mais de 60% - deve ser comercializada
no último trimestre do ano, sendo que, até outubro de 2011, foram colocados
8,6 milhões de espumantes gaúchos no mercado - um aumento de 8% em relação
ao mesmo período do ano passado. De janeiro a outubro deste ano, ocorreu um
acréscimo de 7%, com a venda de 16 milhões de vinhos finos no mercado
brasileiro - um aumento de 7% em comparação com igual tempo do ano passado.
"O último trimestre do ano é o período de grandes vendas - assim como o
inverno - quando as pessoas procuram vinhos para dar de presente e para as
festas de final de ano", explicou Fante. O crescimento até outubro é de 9,5%
na venda de vinhos finos e de mesa, com a colocação de 198,6 milhões de
litros desde janeiro até o décimo mês do ano.
Suco de uva
O suco de uva 100% natural e integral continua sendo o grande destaque de
vendas do setor vitivinícola. A expectativa é crescer 30% em 2011. Em 2010,
foram vendidos inéditos 31,8 milhões de litros de suco de uva 100% natural e
integral, que tem 100% da fruta, não tem adição de água nem açúcar. Este
volume já foi ultrapassado com as vendas de janeiro a outubro.
As empresas do Rio Grande do Sul já comercializaram 32,3 milhões de litros
de suco de uva nos primeiros dez meses do ano, um acréscimo de 29,3% em
relação ao mesmo período de 2010. A expectativa é fechar 2011 com um volume
recorde no Brasil: a colocação de mais de 41 milhões de litros de suco de
uva 100% natural e integral.
Saiba mais
Os números apurados pelo Ibravin referem-se ao Rio Grande do Sul - origem de
aproximadamente 90% da produção brasileira de vinhos e derivados -conforme o
Cadastro Vinícola, mantido em parceria com a Secretaria da Agricultura,
Pecuária e Agronegócio (Seapa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa). As informações não abrangem as empresas do restante do
País em razão de outros estados brasileiros não implantarem o Cadastro
Vinícola.
Fonte: Orestes de Andrade Jr.
OAJ Comunicação & Marketing
*imprensa@ibravin.org.br
www.ibravin.org.br
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