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quarta-feira, 9 de março de 2011

ESPUMANTE ABERTO A SABRE!


                                        


 
por Antônio Gonçalves

fotos: Estevam Norio Ito

Tradição napoleônica que sobrevive em nossos dias, a sabragem encanta e aumenta o charme de uma comemoração

Sabragem vem do francês sabrage, iniciado no termo sabreur, aquele que bem maneja ou luta com o sabre.

A arma branca, provavelmente originária da Hungria, onde é conhecida como száblya, tem também origem polonesa reinvidicada e certa influência russa, fez história num ritual.

O general francês, provável pioneiro na sabragem de garrafas de Champagnes a degola da garrafa com o sabre, costumava dizer que “a história é uma versão do passado, na qual decide-se acreditar”.

Há muito tempo se sabe que Napoleão era grande apreciador de vinhos,
e que os Champagnes eram seus preferidos. Assíduo freqüentador da cidade de Epernay, epicentro dos vinhos borbulhantes, ganhou de Jean-Rémy Moët, então dono da Moët & Chandon, casas e estadas para sua tropa.

As primeiras sabragens teriam surgido no século 18, em clima de euforia, com Napoleão retornando de alguma batalha vitoriosa, afinal, para ele, esse vinho era “merecido nas vitórias e necessário nas derrotas”.

Versões mais românticas indicam que, na verdade, o general e seus soldados eram tomados pela pressa de namorar suas mulheres, depois de tanto tempo apartados pelas batalhas, e que, para não demorar tanto nas comemorações, encontraram uma forma mais prática e rápida de abrir as garrafas.

Como prêmio pela proteção de suas terras, Madame Clicquot (Veuve Clicquot-Ponsardin) teria dado as primeiras garrafas de Champagne a Napoleão e seus soldados.

Bem humorada versão diz que o general, não tendo como segurar uma garrafa e o copo, jogou o copo claro!, tomou do sabre e abriu a garrafa, com as costas da espada, a parte sem fio de corte da arma.

A tradição de abrir espumantes com sabre, como demonstração de alegria nas comemorações, continua viva.

Grande parte das vinícolas brasileiras que elaboram espumantes e têm recepção a turistas promove a degola da garrafa diante dos visitantes que, na maioria das vezes, desconhecem a cerimônia, e se encantam. João Valduga, diretor e enólogo da Casa Valduga, do Vale dos Vinhedos (RS), costuma finalizar palestras e cursos com a sabragem.

“Sempre convido um dos participantes a tentar, e cerca de 90% acertam na primeira pancada.

É visível, sob os aplausos dos demais, o brilho nos olhos do iniciado, como um sinal de vitória”, diz. “Ganhei um sabre do meu pai, Luiz Valduga, para comemorar o crescimento da empresa”, completa.
Fonte : http://www.vinhomagazine.com.br/ed69_03.asp

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